Enchente no Guaíba Atinge Níveis Históricos e Desafia Porto Alegre

Porto Alegre enfrenta uma das maiores crises de enchente de sua história, com o nível do Guaíba atingindo marcas alarmantes e ameaçadoras. A cidade se vê diante da segunda maior enchente já registrada, com a régua do Cais Mauá marcando 3,50 metros na noite desta quinta-feira, superando os picos de cheia de setembro e novembro do ano anterior.

Essa é uma situação rara, visto que desde 1941, quando a cidade enfrentou sua maior inundação com 4,76 metros, o Guaíba alcançou a cota de transbordamento de 3,00 metros apenas quatro vezes. O que chama atenção é a rapidez com que essas marcas estão sendo alcançadas: entre 1941 e 1967, foram necessários 26 anos para que isso ocorresse, e agora, em apenas nove meses, já foram três vezes.

As previsões das autoridades indicam que o Guaíba continuará a subir de forma acentuada, podendo ultrapassar os 5,00 metros, superando até mesmo a histórica enchente de 1941. No entanto, as previsões exatas são difíceis de serem feitas devido à escassez de dados em tempo real e à complexidade das variáveis meteorológicas e hidrológicas envolvidas.

A MetSul, por exemplo, prefere não fazer previsões exatas, mas alerta para a possibilidade de uma enchente excepcional, com valores próximos ou até superiores ao recorde de 1941. As consequências dessa inundação serão graves, com áreas das ilhas e bairros próximos às margens do Guaíba sofrendo com inundações catastróficas.

O funcionamento dos sistemas de contenção de cheias, como o Muro da Mauá e os diques, é crucial para evitar danos ainda maiores à cidade. No entanto, mesmo com essas estruturas, é esperado que áreas como o Quarto Distrito e a Praia de Belas enfrentem alagamentos devido ao refluxo na rede pluvial.

Além disso, a situação se agrava com o represamento de outros rios, como o Arroio Feijó e o Rio Gravataí, que causam inundações em áreas adjacentes. Em Canoas, a situação é crítica devido ao represamento dos rios Caí e Sinos, o que pode resultar em inundações graves.

O vento também desempenha um papel crucial, podendo represar ainda mais as águas do Guaíba e agravar a situação. As previsões apontam para ventos fortes na região, o que aumenta a preocupação com a elevação da cheia.

Diante desse cenário desafiador, as autoridades e os moradores se preparam para enfrentar uma das maiores crises de enchente já vivenciadas na região. A colaboração de todos é essencial para garantir a segurança e minimizar os danos causados por essa inundação histórica.